Cinquentenário do Mês da Bíblia

Celebramos, neste setembro de 2021, o 50º aniversário do “Mês da Bíblia”. Essa iniciativa teve início no Brasil em 1971, em Belo Horizonte, e em 1985 foi assumida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como proposta para todas as dioceses do Brasil. O mês de setembro foi escolhido por causa da memória da morte de São Jerônimo, celebrado no dia 30, que traduziu a Bíblia dos originais hebraico e grego para o latim, a chamada Vulgata.


Celebrar 50 anos de Mês da Bíblia é motivo para olhar a caminhada feita, reconhecer os avanços e o quanto ainda nos falta para que toda a ação da Igreja esteja ancorada na Palavra de Deus. O uso da Bíblia tem sido um marco significativo no crescimento da experiência de fé das comunidades eclesiais. A centralidade da Palavra de Deus impulsiona a vida e o dinamismo da ação evangelizadora das “comunidades eclesiais missionárias”, assim intituladas na 57ª Assembleia Geral da CNBB, de 2019.


A valorização da Palavra de Deus teve a confirmação do Concílio Vaticano II, que conclamou todas as dioceses a um significativo compromisso com a difusão da Bíblia, afirmando a necessidade do amplo acesso do povo de Deus ao texto bíblico (cf. DV 22).


A Igreja foi devolvendo ao povo a Palavra de Deus, favoreceu e facilitou o seu estudo. Na América Latina e Caribe, para melhor viver as orientações do Concílio Vaticano II, foram organizadas várias conferências episcopais. Todas acentuaram a importância da Bíblia na ação evangelizadora da Igreja. A 1ª Conferência, realizada em 1955, no Rio de Janeiro, destaca a Bíblia na formação e recomenda que haja edições populares dos Livros Sagrados, cursos bíblicos por rádio e correspondência, Semanas Bíblicas e o Dia Nacional da Bíblia (CELAM, 1955, n. 72).


A 2ª Conferência, em Medellín (1968), destaca a Bíblia como força renovadora da ação evangelizadora. Na 3ª Conferência, em Puebla (1979), a Bíblia aparece na ótica dos pobres: a temática principal é a evangelização no presente e no futuro da América Latina. (DPb 981-1001). A 4ª Conferência foi realizada em Santo Domingo (1992), acentua a Bíblia como sementes do Verbo espalhadas nas culturas (SD 38).


A grande novidade para a pastoral bíblica foi a 5ª Conferência, em Aparecida (2007). Destaca a Bíblia no processo formativo do discípulo missionário. Salienta o aspecto positivo da animação bíblica da pastoral na formação do povo (DAp 99a) e propõe que a pastoral bíblica seja entendida como animação bíblica da pastoral (DAp 248). Este passo decisivo foi conceber a Bíblia já não como uma pastoral, mas como dimensão que sustenta todas as pastorais da Igreja. 


Este necessário processo vem se aprofundando, com sábias escolhas e experiências na oração pessoal, comunitária e nas pequenas comunidades eclesiais, ou grupos de famílias. Recomendamos vivamente que todos discípulos e missionário de Jesus se alimentem diariamente de sua Palavra, para que nela encontrem força para enfrentar todas as adversidades que a vida apresenta.


 
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