

Aprendemos com a Igreja que a Páscoa é o ponto mais alto da vida cristã. Para entrar no espírito da Páscoa é preciso doar tudo, não guardar ressentimentos nem mágoas e reconhecer Jesus Crucificado que, absurdamente empenhado, não hesita em cumprir até o fim a Vontade do Pai. Com ele aprendemos a dizer: “Em tuas mãos entrego o meu espírito” (cf. Lc 23,46).
Celebrar a Páscoa é mergulhar na vida sacramental da Igreja, especialmente na Eucaristia. Na Quinta-feira Santa acolhemos o Mandamento Novo de Jesus e o memorial permanente, que assegura sua presença até que ele venha!
Celebrar a Páscoa na Sexta-feira Santa é aproximar-se o máximo da Cruz, é sentir a dor da morte com o olhar fixo no Crucificado. Perceber que por trás da dor nos espera um imensurável amor. Adorar o mistério de sua Cruz é reconhecer em todas as dores, abandonos, tristezas, perseguições, enfermidades do corpo e da alma e perceber que tudo passa, quando mergulhamos na entrega de Cristo em sua Cruz.
Celebrar a Páscoa no Sábado Santo é entrar de coração na mãe de todas as celebrações litúrgicas, a Vigília Pascal na Noite Santa, proclamando aquele que é a luz do mundo e pelo qual damos graças a Deus. A Páscoa de Jesus prepara e garante a nossa Páscoa pessoal e de toda a criação: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,6). Papa Francisco na ‘Laudato si’ diz: “Tudo está interligado” (LS 91).
Na manhã da Páscoa, Pedro e João correram até ao sepulcro e encontraram-no aberto e vazio. Então aproximaram-se e “inclinaram-se” para entrar no sepulcro. Para encontrar a Vida, salvar uma vida, é preciso correr para entrar no mistério, e “inclinar-se”. Para contemplar a Glória de Cristo é necessário abaixar-se, negar-se e segui-lo com a cruz de cada dia (cf. Lc 9,23). No entanto, somente quem traz dentro de si a força de Deus, o seu amor e a sua justiça, não precisa de usar violência, mas fala e age com a força da verdade, da beleza e do amor.
Para prolongar os frutos da Páscoa, como passagem de menos para mais vida, devemos aprender de Paulo: “Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3,12-14.17).
Anunciemos, especialmente, às crianças, aos adolescentes e aos jovens, nossos filhos, nossos amigos, que Jesus Vive, que Ele é a certeza de nossas vidas, que Nele encontramos a força para crer, viver, amar e servir.
Que alegria podermos celebrar a PÁSCOA, a RESSURREIÇÃO de Nosso Senhor Jesus Cristo, que antecipa e garante a nossa Páscoa e nossa Ressurreição. O domingo de Páscoa deve ser vivido em expressiva e contagiante alegria. O Prefácio da Páscoa afirma: é necessário “transbordar de alegria”.
Que Deus nos dê a graça de contagiar nossos ambientes com a alegria pascal. E, transbordados desta alegria, é que vos saudamos: FELIZ PÁSCOA!