Bispos do RS avaliam a visita Ad Limina Apostolorum em Roma

A visita Ad Limina Apostolorum terminou na última sexta-feira (06) em Roma. Durante toda a semana, o grupo de 22 bispos e um padre do Rio Grande do Sul esteve em diversos Dicastérios, Congregações, Conselhos Pontifícios e Comissões. Em quatro dos cinco dias de visita, o grupo também teve a oportunidade de celebrar nas quatro Basílicas Papais: São Pedro, São João do Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros.


O momento mais esperado por todos aconteceu na manhã do dia 05, quinta-feira: a audiência com o Papa Francisco. Em duas horas de conversa, o Santo Padre acolheu os bispos com fraternidade e proximidade, motivando cada um a apresentar suas preocupações ou questionamentos. No encontro, foram conversados e refletidos muitos temas, entre eles as diversas guerras ao redor do mundo, a situação da América Latina e do Brasil e a realidade das Igrejas Particulares do Rio Grande do Sul. O Papa e os bispos falaram ainda sobre o Pacto Educativo Global, o clero e suas particularidades e, por fim, o Ano Vocacional promovido pela CNBB a partir de novembro deste ano.


As marcas da Visita Ad Limina

Pedimos a alguns bispos de nosso Estado que partilhassem as impressões e marcas que este tempo deixou em cada um. De todo o grupo – 4 arcebispos, 15 bispos ativos, 3 bispos eméritos e 1 padre – 16 visitantes viveram pela primeira vez a experiência. Um deles foi o bispo de Rio Grande, dom Ricardo Hoepers, que partilha como se sente depois destes dias:


Minha primeira visita Ad Limina Apostolorum: cresceu, ainda mais, meu amor pela Igreja. A acolhida, a experiência da escuta, da partilha, do envolvimento e dimensão dos Dicastérios na vida da Igreja e, acima de tudo, da paternidade do Papa Francisco, me fizeram mais apaixonado e comprometido com a Santa Igreja. Saio daqui e volto para a Igreja Particular do Rio Grande em plena sintonia sinodal: comunhão, participação e missão!, escreveu dom Ricardo.


Os Dicastérios são os Departamentos do Governo da Igreja Católica. Ali pudemos conversar muito fraternalmente sobre nossas alegrias, preocupações, trabalhos e esperança. Em cada um desses Dicastérios colocaram-se à disposição para nos prestar auxílio: tratamos de Educação, da Causa dos Santos, da Evangelização na América Latina, da Cultura, da Promoção da Unidade dos Cristãos, da nossa Missão de Bispos, da Vida e Ministério do Clero, da Liturgia e Sacramentos, da Vida Consagrada, do cuidado e zelo para com os assuntos da Doutrina e da Fé, de questões da Secretaria de Estado do Vaticano, das Comunicações na Igreja, da Tutela dos Menores, dos Leigos, da Vida e da Família, do Desenvolvimento Integral e da Evangelização dos Povos, explica o bispo de Novo Hamburgo.


Encontramo-nos com o Papa. Foi uma experiência de alegria para todos: para ele é para nós. Sentados em roda, deixou-nos à vontade para partilhar, perguntar, comentar, “sem medo de errar”. Passamos recados que muitas pessoas enviaram, deram-se presentes, respondeu a todas as perguntas que lhe fizemos, deu belas risadas, fez recomendações, pediu que retomássemos o Documento de Paulo VI – a Evangelii Nuntiandi – e o Documento de Aparecida. Disse que a Evangelium Gaudium e a Fratelli Tutti nasceram dali, contou dom Salm.


Dom João Francisco Salm, bispo de Novo Hamburgo, é o mais novo no episcopado gaúcho e ressalta a importância destes dias para a convivência e fraternidade entre o grupo: “Para mim que estou chegando no Sul 3, foi uma benção passar esses dias com os meus irmãos bispos do Rio Grande do Sul”, conta dom João.


Quem também partilha suas impressões destes dias é dom Sílvio Guterres Dutra, bispo diocesano de Vacaria. Ele explica que a programação da visita foi bastante cheia, condensada em cinco dias, por conta da transferência das visitas de todo o Brasil em virtude da pandemia. Esta também foi a primeira Visita Ad Limina de dom Sílvio:


“Estivemos em torno de uma hora e meia com cada congregação ou dicastério. Foi de muito proveito, com surpresas muito interessantes. Ficou bem claro em todos os momentos de que Roma gostaria de nos escutar, a partir da orientação do Papa Francisco. É notável o espírito do papa em todos os setores da Cúria Romana. A experiência mais marcante foi, sem dúvida, o encontro com o próprio Papa. Ele estava muito feliz e ressaltou que devíamos estar muito a vontade com ele porque estávamos entre irmãos. Uma experiência enorme, humana e divina, poder cumprimentar e estar com o apóstolo eleito por Cristo para estar a frente da Igreja deste tempo. Somos privilegiados por tê-lo como nosso Papa. Retorno ainda mais convicto de que estou no lugar certo, fazendo a coisa certa e com as pessoas certas”, finalizou dom Sílvio.


Dom Adilson Busin, bispo auxiliar de Porto Alegre e secretário da Presidência do Regional Sul 3,  guardou um pedido especial do Papa Francisco: “Ele nos falava sobre a proximidade: com Deus, entre nós bispos, dos bispos com os sacerdotes e a vida religiosa e a proximidade com o rebanho, com o Povo de Deus”. Dom Adilson é Referencial da Comissão Episcopal para a Animação e Cooperação Missionária do Regional Sul 3 e para ele a grande marca da visita Ad Limina passa pela compreensão de que a Igreja é Missão: “O nosso serviço é fazer com que nas comunidades, em cada Igreja Local, todos os cristãos tenham a consciência de serem missionários. Como é importante insistir na dimensão missionária da nossa fé, o cristianismo é missão!”, pontua dom Adilson.


Para acessar a Galeria de Imagens da Visita Ad Limina, clique aqui.


Fonte: CNBB Sul 3.


 
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