34º Encontro de Dioceses de Fronteira

Nos dias 20, 21 e 22 de maio de 2019, aconteceu o 34º Encontro de Dioceses de Fronteira, na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Com o tema “Os vizinhos se encontram para analisar os cenários ideológicos que incidem na família e nos jovens em vista de promover a cultura da vida de nossos povos”, o Encontro contou com a presença de representantes de dioceses da Argentina (Concórdia, Corrientes, Formosa e Santo Tomé), do Paraguai (Encarnación), do Uruguai (Melo, Salto e Tacuarembó) e do Brasil (Bagé, Chapecó, Pelotas, Santo Ângelo e Uruguaiana).


Ao final do evento, o clima era de gratidão por mais um encontro. Como conclusão elaborou-se uma carta, que aqui transcrevemos quase na integra:


“Leigos e leigas, religiosos/as, diáconos, sacerdotes e bispos de dioceses da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, compartilhamos estes dias de reflexão e de fraternidade e voltamos agora a nossos lugares com a alegria e o calor deste encontro, porém também com inquietações que irão ajudar-nos a aprofundar a missão de serviço e anúncio de nossas Igrejas diocesanas.


Conseguimos juntos analisar diversos cenários contraditórios que reafirmam a importância que a família continua tendo como instituição fundamental em nossas sociedades enquanto primeira transmissora dos valores e da fé. Também compartilhamos experiências de trabalho que vem sendo realizadas em nossos países, em prol da vida dos mais indefesos e vulneráveis.


Em comunhão com o Papa Francisco, queremos reivindicar o amor como o valor “central da experiência cristã do matrimônio e da família” (AL, n. 28), e cremos que a juventude “é uma alegria, um canto de esperança e uma bem-aventurança” (ChV 135). Por outro lado, rejeitamos todas aquelas situações que atentam contra o desenvolvimento humano integral e contra a liberdade responsável como fundamento dos projetos de vida.


Especialmente negativas são as tendências que visam o individualismo, a competitividade desenfreada, a cultura do consumismo ou a relativização da verdade e da ética que desfiguram todo o humanismo ao não oferecerem horizontes certos. Vivemos em um contexto social de fortes mudanças nas dinâmicas sociais que notoriamente exercem influência negativa em nossas famílias e entre os jovens. É possível detectar, em todos esses aspectos, luzes e sombras. Mas dentre todas as coisas destacamos que a família continua sendo muito especialmente valorizada como espaço de intimidade, afeto e reciprocidade entre as gerações.


Convictos de que “o amor vivido nas famílias é uma constante força para a vida da Igreja” (LA, 88), animamo-nos a promover espaços e experiências que fortaleçam um olhar crítico à cultura do provisório e do efêmero. Um olhar que contribua para promover a cultura da vida e da dignidade das pessoas, a fim de promover famílias onde se viva a equidade, a responsabilidade, a hospitalidade, a entrega mútua e o cuidado dos mais fracos. Um olhar que permita às famílias o acesso ao trabalho, moradia, saúde e educação integral para seus filhos.


Em sintonia com o Santo Padre, afirmamos que “os sonhos mais belos se conquistam com esperança, paciência e empenho, renunciando às pressas” (ChV 142). Assim nos confiamos à Nossa Senhora Aparecida, Mãe da Vida abundante”.


Dom José Mário S. Angonese

Bispo Diocesano

 
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